sábado, 18 de agosto de 2007

Uma das coisas de que mais gosto em minha vida espiritual é conhecer
mais da verdade!
É comum dizermos que a verdade dói e nesse ponto concordo com um
grande amigo quando diz que vai à igreja para apanhar.
Eta dor boa, essa!!
Graças a Deus consegui ganhar o merecimento de buscar e conquistar
mais da verdade. Mas, sinto em dizer aos meus irmãos que tenho
encontrado muito pouco dela nos ambientes eclesiásticos reformados do
cristianismo.
A coragem que move meu ser em direção à verdade não me deixa sentir
incriminado ao buscar essa verdade fora dos livros teológicos do
cristianismo e nos ambientes dogmáticos dos grupos de discussão das
escolas bíblicas.
É claro que não falta gente para me ver como herege, minha esposa vive
se assustando com meus comentários, dia desses até chorou quando disse
que ia assistir algumas aulas do curso introdutório sobre
Antroposofia, pois, apesar de serem cristãos, crêem na reencarnação da
alma.
Em certa empresa que trabalhei fui considerado um herege por um
funcionário ex-pastor de uma igreja metodista. Minhas idéias parecem
transcender os limites de aceitação da paciência dos cristãos, meus
"irmãos" em Cristo.
A verdade que gostaria de colocar aqui é que eu vivo me decepcionando
com as pessoas. E principalmente com os da minha fé. É certo que nós
somos os mais cobrados pela sociedade de forma geral e ainda mais por
nós mesmo em nosso círculo de relacionamento. É lícito que um irmão
repreenda o outro ao presenciar uma atitude que julgue fora do
contexto da conduta cristã.
Minha última decepção vem retratar bem isso. Mas, estou quase
frustrado, pois não consegui repreender o irmão.
Aconteceu que, numa aula de liderança para pequenos grupos, chamados
Koynonias, na igreja da qual sou membro, certo irmão soltou uma
piadinha sobre um trecho dos evangelhos que me deixou profundamente
chocado.
A piada foi encima do trecho onde Jesus Cristo cura a sogra de Pedro.
Lendo a passagem, o membro do grupo e líder de Koynonia afirmou: "aqui
aconteceu aquela coisa horrível onde Jesus cura a sogra de Pedro - foi
por isso que ele negou Jesus"
Essa piada é comum no meio evangélico e me lembro a primeira vez que
ela chegou a meus ouvidos e me lembro que já não gostei.
Fazia um bom tempo que já não ouvia esse tipo de "piada gospel" e
confesso que até já me ri de várias, mas nesse dia em especial fiquei
profundamente decepcionado.
Claro que é fácil pensar que eu me decepcionei por que tinha
expectativa positiva sobre o piadista e uma piada não fazia parte
dessa expectativa. Mas não é só isso.
Aconteceu que no dia anterior eu e meu amigo assistimos à primeira
aula do curso de filosofia - à maneira clássica; a aula versou sobre o
tema ética e moral.
Foi um show de aula e fez uma grande diferença em minha vida. No dia
seguinte estávamos sob a forte influência dessa aula, cheios da idéia
da ética e da moral elevada. Não foi possível absorver aquele
comentário infame que soou como um escarnecimento ao mestre. Fiquei
chocado, decepcionado, inconformado e com vontade de interromper a
"aula" para repreender o irmão.
Toda a classe riu do comentário e isso reforçou minha insatisfação.
Sentimo-nos como peixes de outro aquário.
É verdade que os membros de uma comunidade sintam-se à vontade após
muitos anos de relacionamento com o mesmo grupo. Mas não é de se
esperar essa atitude num circulo onde se cultiva a reverência ao
mestre Jesus.
Após a aula, comentando sobre o acontecido, cheguei a uma conclusão
muito importante. É que recebemos a possibilidade de treinar o
princípio do respeito pelo limite do outro.
Mais do que isso, ganhamos a oportunidade de percebermos que nosso
discernimento entre o bom e o ruim estava aumentado em virtude do
acesso a um conhecimento.
O conhecimento a que me refiro á o da Ética, que falta nos círculos,
não apenas políticos, mas também religiosos.
É de decepcionar, mas não há como negar que é também uma oportunidade
de treinar a virtude.
Sejamos melhores do que isso
Precisamos treinar mais da "retidão". Minha esposa é meu melhor
exemplo prático dessa virtude espiritual, ela não cai facilmente para
comportamentos reprováveis, seja por vaidade ou orgulho, como se
costuma ver tanto nas igrejas, o que é lamentável.

Não há problema na piada, há problema no foco das pessoas. Não sou

moralista, sou concentrado, quando vou orar não conto piadas para Deus.

Numa aula sobre liderança não espero aprender as últimas piadas sobre

o evangelho, mas sobre liderança, as piadas ficam para o grupinho na

hora do intervalo. Imagino que minha responsabilidade diante de um grupo

vai estar associado a minha capacidade de ensinar sobre o evangelho. E para

isso entendo que é necessário servir também de exemplo e ter autoridade

espiritual. Gostaria de acrescentar a isso, a ética e moral elevada. A Bíblia

tem uma lista muito mais completa sobre o perfil ideal do diácono.

Sei que é muito chato lembra sobre essas coisas, somos um povo brincalhão

e a busca de um comportamento moralmente elevado não parece estar

na agenda do mundo atual, entretanto, não é difícil perceber que nossos valores

têm sido invertidos em função de nossa permissividade.

Sejamos firmes!
Não sou exemplo de grandes virtudes, mas tenho consciência de que essa
necessidade faz parte do caminho de ascensão do ser humano, caído.
Precisamos querer voltar para a casa do Pai. Precisamos nos posicionar
com reverência e respeito diante da palavra. Vamos parar com tantos
comentários pequenos sobre o sagrado
Deus seja louvado!